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Mercado avalia impacto de nova medida cambial

O governo publicou nesta quarta-feira (27) medida provisória no Diário Oficial que permite a taxação em operações de derivativos feitas por investidores brasileiros e estrangeiros no país.

A medida tem como alvo as operações com derivativos cambiais, que possuem influência na formação da taxa de câmbio. No mercado futuro, por exemplo, os investidores estrangeiros sustentam fortes apostas na valorização do real.

A seguir comentários de profissionais do mercado sobre a medida:

Reginaldo Gualhardo, gerente de câmbio, Treviso Corretora
“Pode ser que não tenha tanta eficiência, mas a notícia em si, a confusão que isso gera faz o mercado ficar mais receoso. Ninguém vai querer arriscar hoje. O pessoal prefere se resguardar. É bem provável que as posições vendidas deem uma estancada, porque o alcance dessa medida ainda é confuso.

A tendência do real vai seguir de queda. No passado, não vimos nenhuma medida que pudesse reverter essa tendência, apenas altas pontuais, após as medidas e também pelo exterior. Num primeiro instante, o tumulto vai dar força ao dólar, mas depois a gente deve ver alguma estabilização.”

Flávio Serrano, Economista sênior, Espírito Santo Investment Bank
“É pontual. Essas medidas não mudam tudo. Agora pode ter um impacto, mas é pontual, porque boa parte do processo é fraqueza do dólar norte-americano. É só você ver o euro forte; o dólar está fraco no mundo. Tem que esperar a reversão da política monetária dos Estados Unidos.”

Felipe Pianetti e Fabio Akira, economistas para o Brasil, JP Morgan Securites
“A taxação de 1% reduz o ‘carry’ em posições compradas em real (principalmente em posições no curto prazo), o que deve inicialmente puxar os futuros para cima. O impacto sobre o mercado à vista por si só é difícil de quantificar, mas o ruído criado por esse novo IOF e o caminho aberto para novas medidas devem enfraquecer a moeda (real) ao menos temporariamente.”

David Rees, economista, consultoria Capital Economics, em Londres
“Controles de capital, taxação, etc., podem ajudar a alterar a composição dos fluxos de capital, mas não vão resolver o problema. A pressão sobre o real vai permanecer. O problema não vai embora com um pouco de taxação sobre derivativos. Pode ajudar na margem, mas não vai resolver o problema.

No médio e longo prazos, eles (governo) precisam reduzir as taxas de juros, e isso vai levar muito mais tempo e demandar reformas estruturais.”

Luciano Rostagno, estrategista-chefe, CM Capital Markets
“Até pode fazer o dólar dar uma ajustada para cima, mas com a ajuda do movimento externo, onde o euro está se desvalorizando contra o dólar. Talvez essa forte queda que o dólar teve nos últimos dias pode ter sido porque o mercado estava se antecipando a essa medida. O real tende a cair no curtíssimo prazo.

Mas, de novo, acho que a tendência de apreciação do real prevalece no médio prazo. Apesar de hoje provavelmente podermos ver um ajuste para cima (do dólar), a tendência de apreciação (do real) persiste, já que, na nossa visão, o Banco Central deve aumentar o juro mais uma vez e a economia segue em ritmo de crescimento.

Também tem a questão do juro lá fora, que vai continuar baixo por algum tempo.”

Fonte: UOL

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